« Era fria, escura e termendamente silenciosa. Era agudamente solitário. Mas era, lá, que ela estava. Ela e o seu piano, velho e cheio de pó. Era esse tal instrumento encantador a sua companhia, naquela sala sem cor, nem pinga de sangue quente. Ela tremia a cada passo que dava. Não se ouvia nada, a não ser a as pequenas notas que o piano "gritava" de cada vez que os dedos de ela, se sobreponham sobre ele. Ela tem medo, porque por mais que grite, a única coisa que ouve, é o seu eco, que traz desespero, insegurança e que já há muito, lhe matou a esperança. O vestido cor-de-rosa tem, já está roto e sujo de tantos anos.
Um dia, ela viu-o, a ele. Aquele que a tinha abandonado. E apenas, ela disse: -Posso ter morrido, e comigo, ter morto a esperança, a segurança, a beldade, a felicidade, o sorriso e o riso. Mas agora, tu vais pagar por me teres deixado aqui, a sofrer até à morte da minha alma. E matou-o com o olhar. »

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